[quote align=”center” color=”#999999″]Quem responde é o Dr Germano Rios, médico staff do Departamento de Córnea e Catarata da UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro e especialista em Doenças Oculares Externas pelo Wills Eye Hospital – USA[/quote]
Cristalino é a lente natural, no interior do olho, que ajuda na focalização e visualização dos objetos. No portador de catarata, esta lente deixa de ser cristalina e desenvolve diversos graus de opacidade, dificultando a entrada da luz nos olhos.
Antigamente, quando a cirurgia ainda estava em fase inicial, com riscos altos e resultados menos previsíveis, aguardava-se bastante para sua indicação, até o ponto em que a catarata estivesse muito avançada. A cirurgia então era realizada por meio de um corte, para se retirar a catarata inteira de dentro do olho. Como o corte era grande, eram necessários muitos pontos e o resultadovisual era limitado.
Com os avanços das tecnicas cirurgicas, dos aparelhos empregados na cirurgia e das lentes intraoculares, a cirurgia ficou bem mais previsível e com resultados visuais melhores.
Hoje, a catarata é “destruída” dentro do olho com um aparelho de ultrassom e sem pontos. Todavia, para usarmos esta técnica mais moderna, a catarata não pode estar muito dura e sua indicação cirúrgica tem sido feita mais precocemente. Como esta cirurgia é realizada em poucos minutos popularizou-se a ideia de se tratar de um procedimento “simples” e “sem risco”. Um equívoco, pois a cirurgia continua sendo um processo muito delicado, exigindo muita precisão e capacitação dos cirurgiões.
Portanto, a indicação da cirurgia hoje é motivo de discussão. Em alguns casos, não restam dúvidas quanto à indicação, por exemplo, quando a catarata está atrapalhando a vida do paciente ou está gerando risco de desenvolvimento de glaucoma.
Outras vezes, no entanto, uma pessoa com catarata inicial pode se beneficiar do procedimento devido a melhora do contraste e das cores dos objetos, além da possibilidade de diminuir o grau dos óculos com o procedimento.
Na decisão de quando realizar a cirurgia, devemos sempre colocar na balança os benefícios e riscos envolvidos. Podemos dizer que, hoje, essa decisão deve ser realizada por um paciente muito bem instruído sobre seu problema e por uma equipe médica bem treinada e comprometida com a ética. Por isso, recomendamos discutir bastante com o seu médico de confiança, entender bem o processo, para, assim, tomar a melhor decisão no seu caso.